quarta-feira, 27 de agosto de 2008

doe sangue doe sangue doe sangue doe sangue doe sangue doe sangue doe sangue doe sangue

Desde as férias de Julho tenho a idéia fixa na cabeça de doar sangue.

Hoje está na universidade um pessoal da Hemepar realizando a coleta de doações em parceria com o Cajor(Centro Acadêmico João do Rio). Pois é, bem que eu tentei, mas não posso.

Não, não tenho AIDS! Tomei remédio até segunda-feira e ainda preciso esperar alguns dias para poder me tornar uma doadora de sangue.

Enfim, o objetivo básico desse texto é: abrace a causa!

Pensem, colegas, quantas pessoas hospitalizadas precisam de sangue para sobreviver (tá, até as não hospitalizadas precisam de sangue para sobrevivar, mas vocês entendem o que eu quero dizer) e quantas pessoas deixam de doar por medinho da agulha ou por preguiça?

Talvez esse não seja o melhor incentivo, mas provavelmente é o que mais faz as pessoas reconsiderarem, porém um dia pode ser você, uma pessoa da sua família, um amigo, enfim, alguém querido, que vai precisar do sangue de um desconhecido. Se isso não for o suficiente, saibam que tem lanchinho grátis para a recuperação e, inevitavelmente, exame de sangue também gratuito!

Mundo capitalista, baby, ninguém quer dar sem receber em troca, não é mesmo? Então vá simplesmente para sentir que você é uma pessoa melhor. Mas faça alguma coisa em prol do benefício alheio.

Não dá para dizer que não dói nada, porque a gente sabe que dói. Só uma picadinha de formiga!

domingo, 24 de agosto de 2008

Diário de uma dieta

Segunda-feira: Ah! Hoje estou tão animada! Vou começar uma dieta. Peguei uma aqui, se chama dieta dos pontos. Basta comer e depois marcar, preciso somar 300 pontos por dia! Não é o máximo? Diz que posso até comer chocolate! Lógico que tem mais pontos! Boa, muito boa.
19 horas: Estou me sentindo muito bem! Só comi coisas saudáveis hoje! Salada, frutas... Tava pensando como é bom ser saudável. Ontem de noite comi igual um boi na engorda, hoje estou bem mais equilibrada!

Terça-feira: Resolvi me matricular numa academia. Vou fazer uns tal de body não-sei-o-quê, sei que emagrece um monte! Uma moça me disse que perdeu 2 quilos numa semana! Estou super empenhada! Nunca mais vou me sentir uma baleia. Aliás, to precisando fazer um bronzeamento. Praia né, aquele esquema...
19 horas: Olha, eu fui tentar fazer aquelas aulas! Fiz uma chamada body combat! Meu Senhor, suei igual um demônio. Até que me atrapalhei um pouco, sou meio descordenada, mas estou confiante. Voltei meio tonta pra casa, acho que deve ser o calor.

Quarta-feira: Tá! Eu confesso: to com uma fome lazarenta! De manhã não consegui ficar só no iogurte com papaia... Ai! Mas um pãozinho não mata ninguém! De tarde eu compenso. Não to a fim de escrever! Vou estudar!
19 horas: Não consigui estudar muito, já to me sentindo fraca. Tive que comprar pão integral na padaria... Todos aqueles doces, sonhos, coxinhas... Tudo me olhando: “Me coma Thalita, sei que você me deseja!”. Fui mais forte. “Mais alguma coisa?” “SIMMM! Me veja três coxinhas, nove pães de queijo e oitenta brigadeiros! Ah! Quero também esse bolo, com porção extra de creme!” Lógico que eu só pensei. Fui embora.

Quinta-feira: Impossível! Meu estômago parece um abismo! E essa dieta dos diabos que até agora não fez efeito? Fui na farmácia me pesar e olha só: quatorze gramas perdidas! Vá pro inferno! Todo esse esforço para nada! Tudo bem que foram só três dias... Ai! Hoje to irritada! Não sei se é o calor ou TPM, mas eu queria mesmo sair na rua com uma 38 e matar todos as pessoas magras! Queria viver só com gordos! Assim não me sentiria mal, faríamos uma grande ceia e engordaríamos ainda mais!
19 horas: Fraca, tonta, dor de cabeça, fome. Fui tentar fazer outra aula: por Deus que eu não desmaio.

Sexta-feira: Quer saber? Não faço mais dieta! Final de semana tá aí! Vou é tomar umas e comer o bolo da tia. E que se foda o resto! Tem tempo pro verão... Qualquer coisa eu compro uma Boa Forma e faço o plano: “Bikini: perca seis quilos com uma dieta super saborosa e exercícios fáceis!”
19 horas: NÃÃÃÃÃÃÃÕ! Porque eu fui comer aquele bolo maldito? Ai! Preciso de dieta. Segunda eu começo!

Inspirado em fatos reais...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Porque de médico e louco...

Pois bem, vou tentar escrever algo sério agora, inspirada pela minha companheira de blog e seu último texto. O fato é que pude fazer uma viagem no final de semana passado. Fui pro Rio de Janeiro juntamente com a turma de faculdade da minha mãe.

Vi tudo que qualquer turista vê quando vai lá. Gastei o olho da cara pra andar
de bondinho no Pão-de-Açúcar, fui pertinho do Cristo (escadas rolantes que
facilitam a vida dos preguiçosos), visitei a moradia de verão dos Orleans e
Bragança, um tal de Dom Pedro II, filhinhos e filhinhas e por fim, visitei
também o Museu da Imagem e do Inconsciente.


Esse Museu aí, era o real motivo da viagem da turma de faculdade de psicologia.
Sim, fui de enxerida mesmo. Para leigos como eu, o Museu, que fica na zona norte
do RJ, foi criado pela psiquiatra Nise da Silveira, no lugar que era o antigo
Hospital Psiquiátrico Dom Pedro II. O objetivo do lugar, entre outras coisas, é
mostrar o potencial artístico de pessoas com distúrbios mentais.

Dona Nise revoltou-se com o tratamento dado aos louquinhos. Os hospitais
psiquiátricos eram locais frios. Longos corredores entre quartos
individuais,
onde residiam pessoas apáticas, que não eram estimuladas a se
desenvolver,
apenas a permanecerem quietas. O pior disso tudo eram os
choques e procedimentos
como a lobotomia, aos quais os pacientes eram
sujeitados. (Você certamente já
viu filmes em que pessoas eram deitadas com
a ajuda de enfermeiros e submetidas
a choques elétricos. Esse procedimento
assombroso, usado para todos os casos e
em grandes proporções, acabava com
as pessoas, deixava-as mortas por dentro).

E o que a tal da Nise tem a ver com isso? Ela simplesmente não aceitava que
pessoas, seres humanos, fossem tratados como animais, levando choques todo o
tempo e sendo duramente repreendidas, naqueles lugares frios e que mais pareciam
prisões. Começou a tratar seus pacientes com amor, dava-lhes pincel e
tinta e pedia que esses desenhassem o que sentiam.

O resultado disso tudo é que grandes gênios nasceram. Pessoas aparentemente
anormais demonstravam enorme destreza ao pintar. Passaram a receber um
tratamento digno, sem mais choques ou repreensões. Foram reconhecidas e amadas.

Tive a grande chance de conhecer o Museu do Inconsciente. Vi as obras,
magnifícas (queria eu saber desenhar daquele jeito) e conversei com algumas
pessoas. Hoje em dia, depois da Reforma Psiquiátrica (que proibiu inclusive a
existência de hospitais psiquiátricos e o uso indiscriminado de choques), pessoas com distúrbios mentais se
dirigem ao local para passar o dia, conversar e pintar.

E o que eu quis dizer com isso tudo? Que muitas vezes, dentro da própria
sociedade "normal", potenciais são reprimidos e grandes gênios ignorados. Aposto
que você já ouviu falar de algum grande pensador/artista/escritor que
sofre/sofreu com alguns desses distúrbios. E são pessoas brilhantes e
autênticas. Pude comprovar isso conversando com os próprios. Eles não saem
falando sozinhos ou machucando as pessoas. Eles simplesmente são pessoas.

Para terminar, fica a dica de conferir, mesmo que na net, o trabalho dessa
brilhante doutora, sua trajetória e a de seus pacientes. http://www.museuimagensdoinconsciente.org.br/html/nise.html
dá uma aula maravilhosa de psicologia, mostra inclusive na prática, o que nós,
estudantes de jornalismo, aprendemos sobre Jung nas aulas da Joce. Fica a dica:
leia, comente, exponha. Porque como disse Oscar Levant "Há uma fina linha entre
genialidade e loucura. Eu apaguei essa linha."

sábado, 2 de agosto de 2008

Canela custa caro

Ontem estávamos no bar e ocorreu a seguinte situação: meu drinque veio sem canela! Como assim? Naquela mesma semana o mesmo drinque foi servido com o pózinho marrom, então eu quero! Sim, eu fiz questão de exigir canela. Quando o garçom me informou que não conseguiam encontrar a bendita, fiz a seguinte sugestão:
- Bom, como tá faltando uma parte da bebida, não tem como cobrar menos?

A reação imediata da mesa inteira foi ridicularizar minha atitude, afinal, quanto drama só por um pouco de temperinho numa bebida, não é mesmo? Não faz sentido perder tempo e incomodar o pobre garçom, que não tem nada a ver com o drinque nem com a canela.

Outro momento brilhante que apenas um amigo pôde presenciar ocorreu no Mc Donald's (não, não fui contra o sistema). Nós dois pedimos exatamente o mesmo sorvete, um tal de Top Sundae, sabem qual é? Pois sim, o próprio. Apesar de os pedidos terem sido iguais, a pessoa que me atendeu simplesmente me entregou um sorvete equivalente à metade daquele que foi servido ao meu amigo. Sim, eu exigi o mesmo tanto de sorvete.

De novo, a mesma reação. Meu companheiro não conseguia controlar seu ataque de risos enquanto eu explicava para a gerente que queria o mesmo tanto de sorvete que ele. Sou mesquinha, né? Quanto drama, quanta tempestade em copo d'água, quanto exagero por coisas tão pequenas.

Não, amigos, é tudo por uma causa maior. Uma característica dominante em parte dos brasileiros de classe média/alta é não exigir seus direitos de consumidor. Não faz diferença se o produto que você comprou custou trezentos milhões de reais ou apenas um mísero real. O preço é proporcional ao trabalho e custo de materiais para produzí-lo, na maioria das vezes. O fato de não exigir canela no drinque que sempre deveria ter canela é o mesmo que dizer: Tudo bem, você não precisa entregar o produto completo pelo qual estou pagando. É fazer papel de idiota.

O mesmo é aplicável à típica situação de ignorar o um centavo de troco. Rá, também sou chata com isso! Além de estarem deliberadamente roubando seu dinheiro, é propaganda enganosa aquele preço R$X,99 com o intuito de apenas passar a impressão de o produto não ser tão caro quanto realmente é.

As copiadoras ao redor da universidade encontraram uma alternativa para esse problema: o troco em "vale centavos". É uma solução, por mais que não seja dinheiro de verdade, pelo menos é possível pagar algum xerox em acúmulo de "vales". Porém, ontem fui surpreendida ao receber meu troco em centavos de moeda! Praticamente uma revolução.

A moral da história não é apenas uma questão de ser chata ou implicante. É uma questão de respeito. Tentar passar a perna em alguém vendendo qualquer mercadoria que seja incompleta ou fingir que o troco não existe, para mim, é insultar a inteligência alheia.

São tantas as situações em que não valorizamos o trabalho árduo de alguém para conseguir aquele dinheiro que passou a ser mais um hábito. Podemos fazer uma comparação com aquela propaganda sobre pirataria na qual o filho de um casal colou na prova. Ó céus, foi isso o que os pais ensinaram ao menino quando compraram um dvd pirata? Não exatamente, mas é tão próximo quanto qualquer situação em que a moral é deixada de lado.

Jennifer Ann Thomas