Pois bem, vou tentar escrever algo sério agora, inspirada pela minha companheira de blog e seu último texto. O fato é que pude fazer uma viagem no final de semana passado. Fui pro Rio de Janeiro juntamente com a turma de faculdade da minha mãe.
Vi tudo que qualquer turista vê quando vai lá. Gastei o olho da cara pra andar
de bondinho no Pão-de-Açúcar, fui pertinho do Cristo (escadas rolantes que
facilitam a vida dos preguiçosos), visitei a moradia de verão dos Orleans e
Bragança, um tal de Dom Pedro II, filhinhos e filhinhas e por fim, visitei
também o Museu da Imagem e do Inconsciente.
Esse Museu aí, era o real motivo da viagem da turma de faculdade de psicologia.
Sim, fui de enxerida mesmo. Para leigos como eu, o Museu, que fica na zona norte
do RJ, foi criado pela psiquiatra Nise da Silveira, no lugar que era o antigo
Hospital Psiquiátrico Dom Pedro II. O objetivo do lugar, entre outras coisas, é
mostrar o potencial artístico de pessoas com distúrbios mentais.
Dona Nise revoltou-se com o tratamento dado aos louquinhos. Os hospitais
psiquiátricos eram locais frios. Longos corredores entre quartos
individuais,
onde residiam pessoas apáticas, que não eram estimuladas a se
desenvolver,
apenas a permanecerem quietas. O pior disso tudo eram os
choques e procedimentos
como a lobotomia, aos quais os pacientes eram
sujeitados. (Você certamente já
viu filmes em que pessoas eram deitadas com
a ajuda de enfermeiros e submetidas
a choques elétricos. Esse procedimento
assombroso, usado para todos os casos e
em grandes proporções, acabava com
as pessoas, deixava-as mortas por dentro).
E o que a tal da Nise tem a ver com isso? Ela simplesmente não aceitava que
pessoas, seres humanos, fossem tratados como animais, levando choques todo o
tempo e sendo duramente repreendidas, naqueles lugares frios e que mais pareciam
prisões. Começou a tratar seus pacientes com amor, dava-lhes pincel e
tinta e pedia que esses desenhassem o que sentiam.
O resultado disso tudo é que grandes gênios nasceram. Pessoas aparentemente
anormais demonstravam enorme destreza ao pintar. Passaram a receber um
tratamento digno, sem mais choques ou repreensões. Foram reconhecidas e amadas.
Tive a grande chance de conhecer o Museu do Inconsciente. Vi as obras,
magnifícas (queria eu saber desenhar daquele jeito) e conversei com algumas
pessoas. Hoje em dia, depois da Reforma Psiquiátrica (que proibiu inclusive a
existência de hospitais psiquiátricos e o uso indiscriminado de choques), pessoas com distúrbios mentais se
dirigem ao local para passar o dia, conversar e pintar.
E o que eu quis dizer com isso tudo? Que muitas vezes, dentro da própria
sociedade "normal", potenciais são reprimidos e grandes gênios ignorados. Aposto
que você já ouviu falar de algum grande pensador/artista/escritor que
sofre/sofreu com alguns desses distúrbios. E são pessoas brilhantes e
autênticas. Pude comprovar isso conversando com os próprios. Eles não saem
falando sozinhos ou machucando as pessoas. Eles simplesmente são pessoas.
Para terminar, fica a dica de conferir, mesmo que na net, o trabalho dessa
brilhante doutora, sua trajetória e a de seus pacientes. http://www.museuimagensdoinconsciente.org.br/html/nise.html
dá uma aula maravilhosa de psicologia, mostra inclusive na prática, o que nós,
estudantes de jornalismo, aprendemos sobre Jung nas aulas da Joce. Fica a dica:
leia, comente, exponha. Porque como disse Oscar Levant "Há uma fina linha entre
genialidade e loucura. Eu apaguei essa linha."
3 comentários:
que bunitim ^^
mas o melhor lugar para ir é o museu do catete no rio ^^ e o maracanã o/
Meu amor! Você está se tornando uma pessoa muito culta!
Mas eu ainda quero apenas conhecer o Cristo hahaha, brincadeira! O Museu que você viu, com certeza deve ser fantástico *-*
(L) você!
Bjo!
legal, curti.
se um dia eu for pro Rio lembre de passar por lá entre os passeios turísticos tradicionais, como o Pão de Açúcar, Cristo Redentor e o Maracanã
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