Com todo mundo acontece isso. Domingo de tarde, você sem nada pra fazer, se enrolando pra começar aquele trabalho... “Vou variar, botar na TV local”, pensa. “Sempre bom valorizar o que é nosso!”
Obviamente que não vou citar o nome do canal. O programa é pra ser feminino, mas restringe-se a um conteúdo sobre moda e culinária. Já começa por aí.
Com um sotaque inegavelmente pontagrossense, uma moça de cabelos pretos e uma roupa chamativa anuncia: “Gentê, agora vamos conferir um desfile ma-ra-vi-lho-so da loja Etc&Tal, aqui com a nossa amiga Fulaninha!”(apresentadoras e lojistas sempre são amigas). “Como você tá Fulaninha? Faz tempo que não vejo você!” (hábito repugnante dos apresentadores locais de falarem com o entrevistado de maneira íntima demais, daqui a pouco já estão falando sobre a cirurgia de apendicite que o dito cujo fez). “Ah! Tô ótima! É sempre uma prazeRR estaRR aqui!".
Após uma conversa insossa, modelos descem de uma escada e andam por uma passarela visivelmente improvisada. “Agora, a geente tá vendo aqui uma roupa mais modinha (porque modinha, meu Deus?), né Fulana, que estampa maravilhosa!" e passa o microfone bruscamente para a entrevistada, que se vê obrigada a falar, mesmo que não diga nada de importante. “ÉÉ! Bom, essa modinha aí é mais pra adolescente né, você vê que a calça é mais justa e a blusa né, toda estampada né, bem adolescente".
A modelo, claramente desconfortável, faz uma pose estranha e sorri de um jeito falso. Nota-se a maquiagem de extremo mal gosto e as unhas mal feitas. Logo entra outra modelo, um pouco acima do peso, nariz grande e olhos maquiados de um preto tão intenso que mais parece que levou um soco no olho. “Mas que liiinda essa calça! Uma roupa mais pra senhora né?” “É!”, responde a entrevistada com seu comentário construtivo.
A câmera foca na “modelo”. Sim, é uma senhora. Percebe logo que a câmera foca nela e muda bruscamente de posição. Barriga encolhida e sorriso falso. Constrangida, imagino que pense: “Não acredito que tô fazendo isso por trinta reais!”. A apresentadora procura mostrar-se interessada e avisa: “Olha, tenho uma calça parecida.” Repentinamente vira a bunda para a câmera numa tentativa desesperada por mais audiência numa hora em que as pessoas estão lavando seus cachorros e seus carros. “Que bordado maravilhoso né? Hoje tá tão na moda assim, bordado.” Sim Fulana, você e seus dizeres inteligentes.
Após a tortura de assistir o “desfile”, dou por mim e estou vendo a morena chamativa ao lado de uma velha gorda, e ambas estão ensinado como fazer uma torta de chocolate com nozes numa cozinha feia. “Bom”, penso, “acho melhor fazer o trabalho que ganho mais”.
Moral da história: Antes Faustão do que a irritante TV local. Definitivamente.
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4 comentários:
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Mas...
Não são só 2 TVs abertas locais em Ponta Grossa?
Então se em uma tá passando o Faustão...
Já dá pra saber qual é a outra...
Mancada, hein, Thalita?
ahauhauhauhauahua
Tá muito bom o blog, parabéns pra você e pra Jenny.
;*
como assim rapaz? desde quando passa faustão em tv local?
não existe tv aberta local
hahahahahahahahahaha
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